O principal objetivo de todos os que amam e se esmeram no laborioso ministério de ensino na igreja é que suas escolas dominicais cresçam e se desenvolvam em todos os âmbitos, aspectos e sentidos. Porém, para que esse objetivo seja de fato alcançado é imprescindível que se faça um sério e eficiente planejamento. Nenhuma Escola Dominical crescerá de verdade sem um cuidadoso e detalhado plano de ação e expansão.
Nesse afâ, muitos questionamentos deverão ser feitos pelos líderes da Escola Dominical: O que fazer para criar novos departamentos e / ou ampliar os já existentes? O que fazer para desdobrar as classes, tornando-as interessantes e participativas? Como arranjar espaços adequados para as salas de aula? Como redimensionar os espaços existentes? Como administrar os recursos financeiros, técnicos e humanos em benefício da Escola Dominical? Enfim, como melhorar a Escola Dominical?
I – Através de uma Eficiente Administração
1. A administração eficiente exige organização.
Segundo Henri Dutton, “organização é a arte de empregar eficientemente todos os recursos disponíveis a fim de alcançar determinado objetivo”. Quando falamos em organização, logo nos vem à mente palavras como conformação, ordem, método, estrutura, planejamento e preparo. Nada funciona satisfatoriamente sem organização e método. Se delinearmos claramente as etapas de nosso trabalho, seja ele qual for, o desempenho em termos de esforço e tempo para realizá-lo será excelente. Se não planejarmos desde cedo nossa vida familiar, profissional e ministerial, certamente teremos sérios problemas no futuro. Se não fizermos um criterioso orçamento das despesas domésticas, nosso salário nunca será suficiente para pagar as contas e suprir as necessidades do mês. Há pessoas que querem realizar a obra de Deus de qualquer maneira, mas não é isso que nos ensina a palavra de Deus.
a) Deus é um ser organizado e exige que seus filhos também o sejam.
Ele arquitetou a criação e, nossa redenção foi planejada antes da fundação do mundo. Quem não se admira da perfeita disposição das tribos de Israel no deserto. E o tabernáculo? Quem poderia imaginar tamanha ordem e riqueza de detalhes? A organização divina permeia todo o universo. Segundo o Pastor Antonio Gilberto em seu Manual da Escola Dominical, “temos base para crer que o céu é um lugar de perfeita ordem. Leis preciosas e infalíveis regulam e controlam toda a natureza, desde o minúsculo átomo até os maiores corpos celestes.” E nós, na condição de Filhos de Deus, não devemos imitá-lo?
Para que a Escola Dominical cresça e funcione a contento, é necessário e urgente que haja o mínimo de estrutura.
A organização na Escola Dominical deverá estar presente em cada fase do trabalho educativo: no planejamento, na execução do plano, e na avaliação dos resultados.
2. O que deve ser organizado?
A organização da Escola Dominical envolve dedicação e muito investimento. Observe abaixo alguns itens estruturais:
- Eleição de uma diretoria
- Seleção do corpo docente
- Criação de departamentos
- Divisão de Classes
- Classe de formação de professores
- Determinação do currículo
- Instalações e equipamentos adequados
- Mobiliário apropriado
- Cronograma anual de reuniões
- Material didático-pedagógico
- Programa de atividades extracurriculares
- Programa de treinamento e reciclagem para professores
- Programa de visitação
- Programa de expansão
- Instalação de Biblioteca
3. Como deve ser a organização
A organização da Escola Dominical deve ser simples e funcional, de acordo com a realidade de cada igreja. Não adianta, por exemplo, planejar a utilização de recursos tecnológicos avançados se a igreja não tem condições sequer de reunir os alunos em uma sala de aula. Nesse caso, em vez de trazer benefícios, o planejamento fora da realidade causará enorme frustração.
4. Razões para a organização
a) Dividir e fixar responsabilidades.
Em uma Escola Dominical bem estruturada, do porteiro ao superintendente, todos sabem o que fazer e ninguém interfere no trabalho do outro.
b) Esclarecer os limites do trabalho a ser realizado.
Em uma Escola Dominical planejada, ninguém assume a função para a qual não esteja plenamente qualificado. Os Componentes do Departamento estão conscientes de suas responsabilidades e, em função disso, não ultrapassam os limites de suas atribuições. Imagine se um obreiro do setor administrativo, com pouca ou nenhuma experiência docente, tiver de atender uma classe na ausência do professor titular? Em Educação cristã, a possibilidade de “tapar buraco” deverá ser nula.
c) Atender às necessidades das pessoas envolvidas.
Havendo distribuição de tarefas e responsabilidades, todos os participantes da Escola Dominical serão melhor atendidos em suas necessidades.
d) Garantir resultados satisfatórios.
A garantia de resultados satisfatórios está intrinsecamente ligada à determinação dos objetivos. O que se espera alcançar? Em quanto tempo? Que tipo de esforços serão engendrados com esta finalidade? O que se espera que os alunos da Escola Dominical saibam, sintam e façam? O planejamento garante a consecução dos projetos. Observe o exemplo bíblico abaixo:
Projeto: Reconstruir o Muro de Jerusalém
Meta:Reconstruir o muro em 52 dias (Ne 2.17 e 6.15)
Etapas: 1. Consulta a Deus (Ne 1.4)
2. Pedir permissão ao rei ( Ne 2.5)
3. Levantamento de recursos ( Ne 2.8)
Orçamento: a) Recursos materiais (Ne 2.8 e 4.3)
b) Recursos humanos (Ne 3)
Execução/Implantação:(Ne 3)
Avaliação/Controle:(Ne 6.6)
II – Através de uma Plano de Crescimento
Certa ocasião, ouvi uma entusiasmada declaração de um superintendente: “Estou satisfeito com a Escola Dominical de minha igreja. Lá há poucos alunos, mas... de excelente qualidade: são inteligentes, disciplinados e raramente faltam às aulas.” Esta declaração seria positiva se não fosse um detalhe: aquele superintendente priorizava a qualidade em detrimento da quantidade. Ter alunos interessados e participativos é o desejo de todos os que labutam no ministério do ensino, mas o ideal é que a Escola Dominical cresça em ambos os sentidos. A experiência nos mostra que as escolas que estão sempre crescendo numericamente, geralmente são as que mais se preocupam com a melhoria da qualidade do ensino. Há algumas décadas, era comum o número de matriculados na Escola Dominical ser superior aos de membros da igreja. O que podemos dizer de nossas escolas dominicais atualmente? Temos crescido em quantidade? Quais os passos necessários para que a Escola Dominical cresça em qualidade e numericamente?
1. Localizar a população alvo
Os líderes ou dirigentes da Escola Dominical precisam saber quem são e onde se encontram os alunos em potencial. Eis algumas preciosas fontes:
a) O rol de novos convertidos
Os novos convertidos são como crianças recém-nascidas e precisam ser recepcionados e identificados imediatamente após a conversão. A maioria das igrejas costuma arrolá-los na condição de congregados, mediante uma “ficha de identificação”. Nesta ficha, encontram-se informações suficientes para a localização, sondagem e conhecimento dos possíveis novos alunos da Escola Dominical. Esse trabalho é extremamente importante, necessário e urgente. Muitos se convertem e não retornam mais à igreja. Precisamos buscá-los e incluí-los na classe de Discipulado.
b) Relação de visitantes na escola e nos cultos da igreja.
Nossas igrejas estão sempre cheias de visitantes: crentes e não crentes. São pessoas que, por diversas razões, não são membros de nenhuma igreja. Geralmente estão ávidas a matricularem-se na Escola Dominical. Aproveite a oportunidade e convide-as.
c) O rol de membros da igreja
O rol de membros é uma fonte quase inesgotável. O ideal é que todos os membros da igreja fossem matriculados na Escola Dominical. Isto deveria ser uma coisa comum! Como já dissemos, o número de alunos na Escola Dominical deveria ser maior que o de crentes no rol de membros da igreja. Recentemente a Casa Publicadora das Assembléias de Deus publicou e distribuiu gratuitamente um livrete intitulado “Todos na Escola Dominical – Cada crente um Aluno”. Este trabalho, que traz em seu bojo várias ideias sobre como promover a Escola Dominical, teve por finalidade uma mobilização nacional a fim de que todos os crentes sejam matriculados na maior e melhor escola do mundo.
d) A comunidade ao redor da igreja.
Faça um recenseamento. Já que o departamento crescerá, seus administradores deverão pensar em que direção ele irá crescer. Faça uma visita às familias e convide-as para visitar a Escola Dominical. Organize uma classe para não crentes. O famoso evangelista Dwight L. Moody converteu-se em função das aulas que recebia do Rev. Edward Kimbal em sua classe de evangelização na Escola Dominical.
2. Promover uma Campanha contínua de matrículas
A matrícula está instrisecamente ligada à presença real dos alunos na Escola Dominical. À medida que a matrícula cresce, cresce também a assiduidade de modo que, para dobrar a frequência, é necessário dobrar a matrícula. Geralmente, o número de alunos que frequentam assiduamente as classes, corresponde à metade de número de alunos matriculados. Isto significa que: Se, determinada Escola Dominical matricular 200 alunos, provavelmente 100 serão assíduos. Se o número de matriculados aumentar para 300, o de presentes chegará a 150.
a) Que plano de matrícula a Escola Dominical deve usar?
Há planos que são contrários ao crescimento. Observe abaixo algumas atitudes negativas em relação à matricula.
• Algumas Escolas exigem que o novo aluno assista a certa quantidade de aulas seguidas antes de matriculá-lo em alguma classe.
• Certas Escolas desligam qualquer pessoa matriculada que não assista às aulas com regularidade.
Estas atitudes são extremamente negativas para o crescimento da ED.
b) Quais motivos poderiam justificar o desligamento de alunos da Escola Dominical?
Podem ser considerados como justos os motivos de morte, transferência para outra igreja, mudança de endereço que impossibilite a assistência às aulas ou um pedido insistente da parte do próprio aluno.
c) Quando se deve matricular um novo aluno?
Imediatamente, se for o desejo dele. Não se deve criar obstáculos para a efetivação de nenhuma matrícula.
3. Elaborar um programa de visitação.
A visitação tem por objetivo encorajar os alunos ausentes e reintegrá-los à Escola Dominical e à vida cristã. Cada classe deverá ter sua própria comissão.
Todo Domingo, cada classe deve preparar uma lista de alunos ausentes e determinar quem do grupo os visitará durante a semana.
4. Ampliar as estruturas
a) Criar novos departamentos e novas classes
Há professores que não querem dividir suas classes, preferindo mantê-las enormes por pura vaidade. Isto atrapalha o crescimento. Nesse caso é necessário dividir para multiplicar. O ideal é que cada classe tenha entre 15 e 30 alunos, de acordo com faixa etária. Segundo o Pastor Antonio Gilberto, as classes de intermediários deverão ter no máximo 15 alunos; as de secundários em diante 30 alunos. O ideal são 25 alunos matriculados por classe, pois para efeito de ensino, quanto menor for o grupo, melhor.
b) Providenciar espaço adequado
Não adianta matricular novos alunos e formar novas classes se não existe espaço. Este é um dos principais problemas que explicam o pouco crescimento na maioria das Escolas Dominicais.
c) Redimensionar o espaço disponível
Um estudo criterioso apontará o espaço ocioso ou mal utilizado em sua igreja. Quem sabe aquele quarto reservado aos entulhos e velharias não daria uma excelente sala de aula para a classe maternal?
d) Aproveitar o espaço existente nas casas próximas à igreja.
Muitos abnegados irmãos moram próximo à igreja e, provavelmente, não se importariam em ceder algum espaço de suas casas para a instalação da Escola Dominical.
e) Utilizar a estrutura das escolas particulares e públicas
Geralmente essas escolas não funcionam aos domingos. Estabeleça um contato com a prefeitura e solicite a utilização desses espaços.
f) Realizar a Escola Dominical em dois turnos.
Em algumas igrejas, as escolas dominicais funcionam em dois turnos, uma pela manhã e outra à tarde. As escolas seculares trabalham assim, porque não a igreja?
g) Construir mais
Igrejas que disponibilizam espaço suficiente para o bom funcionamento de suas escolas dominicais têm espaço para todas as suas necessidades. Uma vez que os trabalhos na Escola Dominical são realizados somente aos domingos, suas instalações estarão disponíveis para os demais departamentos durante toda a semana.
III . Através da Adoção de Métodos Criativos
A Escola Dominical tende a esvaziar-se à medida que os alunos percebem que as aulas são improdutivas, monótonas e desinteressantes. Adotar e variar métodos criativos é o único meio de dirimir a questão da evasão. Entretanto, é extremamente importante que o corpo docente saiba utilizar eficientemente tais métodos.
Não devemos tornar nossos métodos tão rígidos a ponto de não admitirmos meios de comunicação mais práticos e flexíveis. Por exemplo, o método de preleção ou exposição, embora muito criticado, é o preferido, principalmente pelos professores adultos.
Neste método, o professor fala o tempo todo e às vezes responde a poucas perguntas. Dentre as desvantagens do uso exclusivo deste método, destacam-se duas: A primeira delas é a preleção que “centraliza o ensino na figura do professor, exigindo pouco ou nenhum preparo da lição por parte dos alunos”. A segunda, é que este método, de acordo com Antonio Tadeu Aires, em seu livro “Como Tornar o Ensino Eficaz”, CPAD, “não permite que o professor dê atenção especial a todos os alunos, obrigando-o, em alguns casos, a nivelar a aula, por mera suposição”.
É necessário diversificar os métodos e adequá-los eficientemente às novas circunstâncias,ou seja, mudar a maneira de comunicar uma verdade sem alterá-la.
Um dos maiores problemas do ensino nas escolas dominicais, atualmente, independente de faixa etária, é a inadequação dos métodos de ensino. Os métodos (quando são usados) são escolhidos sem objetivar o aluno e sua transformação de vida. O professor deve ser criterioso ao escolher o método que irá usar em sua classe. Cada situação específica requer um método apropriado. Devem ser avaliadas todas as vantagens e desvantagens antes de aplicá-lo.
Dentre os métodos e técnicas didáticas mais aplicáveis à realidade do ensino na Escola Dominical, podem ser destacados os seguintes: debates, painéis, dinâmicas, discussão em grupo, perguntas e respostas e dramatização.
IV – Através do Apoio Irrestrito do Pastor
1. Comparecendo
Conforme enfatizou o pastor Antonio Gilberto no Manual da Escola Dominical, o pastor da igreja “é o principal responsável pela Escola Dominical mediante sua atenção e ação. Sua simples presença na Escola Dominical é um prestígio para a mesma”.
2. Participando
Se a presença em si já é importante, que dirá a participação ativa nas atividades do departamento.
3. Estimulando
Como líder, o pastor assume a preponderante função de influenciar seus liderados. Sua palavra tem peso suficiente para decidir e promover uma ação produtiva. Se ele disser de púlpito que estudar a Bíblia é importante, todos se voltarão para esta finalidade.
4. Incentivando seus auxiliares, ministério e líderes de departamento.
É inadmissível que evangelistas, presbíteros, diáconos e outros obreiros auxiliares do ministério não estejam plenamente engajados no processo de ensino da igreja. Se os líderes não valorizarem a Escola Dominical, que exemplo ficará para os liderados?
5. Investindo na Escola Dominical
a) Recursos financeiros
Deve a igreja destinar uma verba regular a fim de que a Escola Dominical possa funcionar sem atropelos e improvisações.
b) Recursos humanos
Compreende a reciclagem periódica do superintendente e professores.
c) Recursos técnicos
Aquisição de material didático, mobília adequada e salas pedagogicamente planejadas. Observe abaixo alguns comportamentos negativos que não devem ser copiados pelos líderes que priorizam o ensino na igreja:
• Permitir atividades paralelas durante o funcionamento da Escola Dominical (Atividades administrativas, tesouraria, serviço de som, afinação de instrumentos musicais, aconselhamento pastoral etc.)
• Não investir, ou investir insuficientemente na área de educação. A principal parcela do orçamento da igreja sempre é dirigida a outras áreas em detrimento da educacional.
Conclusão
Todo o trabalho da Escola Dominical deve passar por uma avaliação periódica. Deve-se objetivar o padrão de excelência. Como buscar esse padrão de excelência? Comparando o presente progresso ( os resultados) com os alvos e objetivos previstos. A partir daí, você vais descobrir a possibilidade de melhorar e aperfeiçoar seu planejamento.
p/ Sidnei Cunha
Fonte: TULER, Marcos. Manual do Professor de Escola Dominical.3ª edição. 2003.CPAD
* Sidnei Carneiro da Cunha, é Presbítero da IEAD, Congregação do Jd. Eucaliptos-Londrina-Pr, Especialista em Língua Portuguesa (UEL), Especialista em Gestão Empresarial
Obs.: Aqui está completo para uma EBD, use o que achar viável para os seus pequeninos.
DEUS CONTNUE TE ABENÇOANDO AMADA.
ResponderExcluirA paz do Senhor.
ResponderExcluireste materia foi edificante para mim...resposta para as minhas duvidas. Que Deus te abençoe abundantemente.
Fabiana / Belo Horizonte